A BRUXA
A pele enrugada, a cara feia.
O medo estampdo no rosto de quem não a conhece.
A vassoura, que lhe acompanhou em tantas jornadas, está esquecida no canto da cozinha, ao lado do fogão.
As mãos calejadas pelo árduo trabalho de muitos anos, trazem dedos tortos que a deixam com aspecto ainda pior.
Mas há bem pouco tempo, ela ainda sentia a felicidade de viajar de um lugar para o outro.
A lua era seu refúgio e, luz da sua estrada.
Visitava planetas, constelações; o universo era um grande parque de diversões. As pessoas não lhe evitavam como agora, pelo contrário, gostavam da sua companhia, dos seus ensinamentos, das suas magias.
Desde criança sonhava em ser uma fada, e, não sabe como, quando percebeu se viu realizando os desejos das pessoas.
Fazia magias para emprego, fazia magias para a sorte, fazia magias para o estudo e muitas magias para o amor. Nunca fez magias para o mau, porque este, já está no pensamento e no coração de quem o sente.
Agora que o tempo castiga a juventude de outrora, a chamam de bruxa.
Ela sorri e pensa: Sou bruxa sim! Bruxa da paz, bruxa do amor, bruxa da amizade, bruxa da compreensão, bruxa da cumplicidade, bruxa da felicidade!
Feliz dia das Bruxas!

Verlaine Terres

Feira do Livro de Gravataí